O Sporting confirmou no Estádio do Algarve a fama de «papa-taças». No espaço de apenas um ano é a terceira final que os «leões» vencem aos «dragões», mas o número de troféus ganhos desde que Paulo Bento é o treinador ajuda a justificar a fama.
Os tricampeões nacionais, mais do que terem falhado uma grande penalidade, revelaram anormal «tremedeira» defensiva. Yannick Djaló aproveitou, e com dois golos enviou para Alvalade o primeiro título da época.
Os tricampeões nacionais, mais do que terem falhado uma grande penalidade, revelaram anormal «tremedeira» defensiva. Yannick Djaló aproveitou, e com dois golos enviou para Alvalade o primeiro título da época.
Jesualdo Ferreira abdicou de Quaresma e ficou sem Mariano Gonzalez (gastroenterite), pelo que Lisandro e Cristian Rodriguez tiveram a companhia de Ernesto Farías na frente. Talvez já a adivinhar esta opção, Paulo Bento decidiu colocar Caneira à esquerda, para fechar junto dos centrais. Grimi acabou assim por ser o sacrificado, quando parecia ser Abel a ter o lugar em risco. Moutinho jogou logo à frente do quarteto defensivo, para vigiar as acções de Lucho.
Com estas tarefas bem interiorizadas, os «leões» entraram melhor na partida. Izmailov, absolutamente endiabrado, deu importante contributo para que a equipa controlasse as operações a meio-campo. O capítulo da finalização, contudo, parecia estar entregue apenas aos livres de Rochemback. Ainda que tenha sido dessa maneira que aos 19 minutos o brasileiro pregou o primeiro susto da noite a Hélton.
Mas se o Sporting entrou melhor no encontro, por esta altura já o F.C. Porto tinha equilibrado a balança e começava a criar perigo. Os «dragões» até podiam ter chegado à vantagem ao minuto 33, não fosse o poste esquerdo da baliza de Rui Patrício ter acolhido um remate de Lucho. Em todo o caso Farías ia construindo uma exibição muito apagada e Lisandro, deslocado da posição 9, também permanecia demasiado escondido.
Mesmo com os ataques mais repartidos, o Sporting continuava a explorar alguma falta de entrosamento revelada pela defesa portista, muito provavelmente resultante do facto de os laterais serem reforços. Quando já tudo esperava que as equipas fossem para o descanso ainda com o nulo no marcador, um cruzamento de Romagnoli desviou em Benitez e foi parar à entrada da área, aos pés de Yannick Djaló, que colocou o Sporting em vantagem.
Uma tremedeira contagiante
Ainda com Farías em campo (injustificadamente), o F.C. Porto voltou para a segunda parte com a mesma «tremedeiras» defensiva. Aos 49 minutos Bruno Alves deixou bater a bola no solo antes de cortar e depois, ao tentar o atraso para Hélton, permitiu que a bola chegasse a Yannick. Valeu a atenção do guarda-redes brasileiro, a impedir o chapéu.
O F.C. Porto reagiu com um remate de Lisandro Lopez, a obrigar Rui Patrício a uma bela defesa (54m). Pouco depois Jesualdo Ferreira até tirou o inoperante Farías e fez entrar Hulk, mas ainda antes do reforço tocar na bola, o Sporting aproveitou mais um «brinde». Sapunaru quis sair a jogar dentro da área e fez uma assistência para Yannick Djaló, que não se fez rogado e picou a bola por cima de Hélton.
Raúl Meireles, o mais inconformado dos jogadores portistas, ainda obrigou Patrício a mais uma bela defesa, após remate de longe (65m), mas parecia estar escrito que o F.C. Porto não marcava. A confirmação veio pouco depois. Carlos Xistra assinalou grande penalidade favorável aos «dragões», por mão de Caneira, mas Lucho permitiu a defesa de Rui Patrício. O guarda-redes leonino já estava a ter motivos para sorrir, mas depois disto ganhou uma noite de glória. Para o F.C. Porto, ao invés, esta era de facto uma noite infeliz.


